Cartucho de Mega Drive Comix zone
Os comandos respondem muito bem, e não serão parte do problema quando as coisas apertarem. Sketch é ágil na troca de comandos, de modo que você pode mudar de estratégia ofensiva e interromper uma sequência de socos a qualquer momento, apelando para uma rasteira ou voadora.
Algo interessante de se mencionar é que, embora Comix Zone seja um beat’em up, ele diferencia-se dos mais tradicionais já que é impossível mover-se livremente na tela para cima ou para baixo. A ação rola em um plano único, e você só pode ir para direita ou para a esquerda (como em Altered Beast ou Moonwalker, por exemplo).
Sobrevivendo em quadrinhos perigosos
Para quem é fã de histórias em quadrinhos, cada estágio de Comix Zone é um show: o protagonista Sketch conversa com sua auxiliar Alissa e com os vilões que encontra pelo caminho através de balões, e cada cena ocorre dentro de um quadrinho diferente. Assim que todos os inimigos são derrotados – ou quando algum enigma presente na cena é resolvido – Sketch pode avançar para o próximo quadrinho e continuar a ação.
Por vezes, o jogador poderá optar por qual quadrinho quer prosseguir: é só seguir as setas amarelas indicativas. Mudar de caminho não altera o final de cada estágio, mas pode aumentar ou diminuir o desafio de se chegar até lá. O mais legal é que, em alguns momentos, será necessário atravessar para o próximo quadrinho literalmente “rasgando” seu caminho pela página!
O jogador tem à sua disposição um inventário de três espaços, nos quais pode carregar itens de cura, power-ups detonantes (como facas e explosivos) e também seu fiel companheiro Roadkill – um rato camarada que pode ajudar bastante na jornada .
O gerenciamento de recursos é vital em Comix Zone: muitas vezes será necessário decidir se vale ou não a pena trocar um item pelo outro, e com diferentes tipos de power-ups, pode ser vital saber o que cada um faz antes de tomar qualquer decisão:
- Tônico: um frasco de tônico revigorante que recupera grande parte da barra de vida. Não são tão raros, mas você não os encontra o suficiente para abusar deles;
- Dinamite: assim que ativada, cria uma grande explosão que causa danos críticos. Mais indicado para destruir armadilhas ou portas muito resistentes;
- Bomba de Arremesso: um explosivo menor que pode ser arremessado à média distância. Ótimo para eliminar inimigos em lugares difíceis e que estejam dificultando seu avanço;
- Faca: quando arremessada, cruza a tela causando danos a qualquer inimigo ou armadilha que atinja;
- Super-Punho: o mais poderoso item, uma vez que transforma Sketch em um super-herói e permite que ele execute um golpe especial que detona tudo na tela. Ideal contra chefes!
- Roadkill: como já mencionado, o rato de estimação de Sketch pode ajudar bastante ativando alavancas, encontrando itens escondidos, passando por armadilhas e até mesmo dando uns “choques” para causar danos aos inimigos.
Saber quando pegar, usar ou descartar um item é muito importante, pois Comix Zone não é dos jogos mais fáceis de se finalizar que você verá no Mega Drive. Cada vantagem e recurso precisa ser muito bem aproveitado!
E já que falamos em “desafio”, vamos aproveitar a deixa para analisá-lo em seguida.
Carne mole, pedra dura – tanto soca até que machuca!
Sabe quando estamos jogando um Final Fight ou Streets of Rage e realizamos algo absurdo como entortar um tonel de óleo enorme ou arrebentar uma cabine telefônica com um simples soquinho? Pois é, em Comix Zone esse tipo de façanha não vem de graça.
Em muitos momentos, o jogo obrigará Sketch a quebrar caixotes de madeira, derrubar portas de aço ou destruir grandes rochas na base da porrada. O problema é que aqui isso machuca um bocado: a barra de vida do herói vai sofrendo consideráveis prejuízos a cada golpe desferido contra estes obstáculos.
Se por um lado isso adiciona realismo, por outro prisma tal elemento pode frustrar bastante – não é absurdo que muitas vezes Sketch sofra mais tentando abrir caminho para o próximo quadrinho que enfrentando os capangas e criaturas de Mortus.
Na parte de desafio proveniente dos inimigos, o jogo não é assim tão cruel. Há diferentes tipos de oponentes com suas próprias características e golpes, sendo que praticamente todos tem algum projétil à longa distância e podem ainda bloquear os ataques de Sketch.
Já os chefes compõem o departamento que mais divide opiniões entre os fãs de Comix Zone: há quem os ache imprevisíveis e desafiadores, bem como quem acredite representarem tanto desafio quanto um passeio no parque em uma calma tarde primaveril.
Valem sempre as mesmas dicas: economize energia e guarde seus power-ups mais poderosos para as batalhas contra eles – sendo cauteloso e contando com “aquele ás na manga” no momento de aperto, é sucesso na certa.
Cores chocantes, música radical
A escolha de palavras do subtítulo acima não é por acaso: Comix Zone transpira os anos 90 em seus gráficos coloridos e trilha sonora da pesada!
O que mais salta aos olhos são os personagens, que apresentam modelos bem trabalhados e de pixels pequenos que lhes permitem maior resolução. Embora os cenários não mostrem muito movimento e vida, o contexto de que tudo deveria mesmo ser uma ilustração em uma história em quadrinhos funciona perfeitamente.
Os quadros de animações também não deixam nada a desejar, já que são numerosos e passam muito bem a impressão de movimentos fluídos.